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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Estatísticas nacionais de acidentes de trânsito- Motos

As estatísticas nacionais  indicam que o aumento da frota de motos no país está relacionado ao aumento da mortalidade no trânsito.



Um indicador mais acurado para comparar acidentes de trânsito seria o tamanho da frota de veículos em circulação. Obviamente, um país cuja população possui poucos automóveis vai ter taxas de acidentes bem inferiores aos de outro país com grande número de carros. Isso não acontece porque os primeiros sejam melhores condutores, ou as ruas tenham melhor traçado ou sinalização, e sim pelo número de veículos em circulação. Porém são escassos os países que possuem dados discriminados de frota veicular.




Aumento da frota de motos 
  O uso maciço da motocicleta como meio de transporte é um fenômeno relativamente recente. Segundo o próprio Denatran, em 1970 era um item de baixa representatividade: num parque total de 2,6 milhões de veículos, só havia registradas 62.459 motocicletas: 2,4% do total.

Na virada do século, no ano 2000, temos 4 milhões de motocicletas registradas, o que já representa 13,6% do parque veicular. Para 2011, o número pula para 18,4 milhões, representando 26,1% do total nacional deveículos registrados pelo Denatran. O que realmente impressiona é o ritmo de crescimento do número de motocicletas. Na virada do século, esse ritmo foi em torno de 20% ao ano.


Concomitantemente, o automóvel vai perdendo participação relativa: de 70% em 1998, cai sistematicamente até 2011, quando representa 56,5% do total. Se, entre 1998 e 2011 a frota de motocicletas cresceu 610%, ou seja, cresceu sete vezes no período, a de automóveis cresceu 134%, pouco mais que duplicando seu número.

Mantendo-se o ritmo atual, uma simples previsão linear permite verificar que, no ano de 2024, as motocicletas registradas ultrapassarão os automóveis. No entanto, se a análise tendencial da Abraciclo entidade que congrega os fabricantes de motocicletas e similares estiver parcialmente correta, o futuro deve ser de um mercado com produção próxima a quatro milhões de motocicletas ao ano, a previsão referida se concretizará ainda nesta década.

O forte crescimento do número de motocicletas nos últimos anos e a previsão da Abraciclo até poderiam ser motivo de comemoração, não fosse um dado altamente inquietante: o exponencial crescimento da mortalidade nos acidentes de motocicleta.

Com o automóvel, aconteceu o processo inverso: a frota aumentou 118% e as vítimas de acidentes com automóvel, 72%. Assim, por motivos diversos, o risco automóvel caiu 46 pontos percentuais no período.







Pelos dados da frota veicular registrada pelo Denatran:

  • entre 1998 e 2011, a taxa de óbitos dos motociclistas oscilou de um mínimo de 67,8 mortes por 100 mil motocicletas em 1998, até um máximo de 101,1 em 2002, com uma média de 91 óbitos também por 100 mil motocicletas registradas.
  • Nessa mesma década, o número de vítimas de automóvel oscilou de um mínimo de 30, em 2009, até um máximo de 41,5 em 1999. No melhor ano de crescimento dos veículos automotores, 1999, a taxa foi de 10,3%.
  • Bem mais preocupante ainda. Se a frota de motocicletas cresceu 491% no período, as mortes de motociclistas cresceram 610%. Em outras palavras: 491% do incremento da mortalidade devem-se ao aumento drástico da frota de motocicletas; o restante:119% (a diferença entre ambas as percentagens) só pode ser interpretado como um aumento do risco motocicleta no trânsito, isto é, maior risco de morte de motociclistas no trânsito
  • Os estudos divulgados em 2010 e 2013 pela Organização Mundial da Saúde OMS indicam que: Só no ano de 2010, aconteceram 1,24milhão de mortes por acidente de trânsito em 182 países do mundo.
  • Entre 20 e 50 milhões sobrevivem com traumatismos e feridas.
  • Os acidentes de trânsito representam a 3ª causa de mortes na faixa de 30 e 44 anos. A 2ª na faixa de 5 e 14 anos e 1ª na faixa de 15 e 29 anos de idade.
A OMS estima que, na atualidade, 90% dessas mortes acontecem em países com rendimentos baixos ou médios que, em conjunto, possuem menos da metade dos veículos do mundo. E vai ser precisamente nesses países que as previsões da OMS indicam que a situação vai se agravar ainda muito mais, em função de um esperado aumento nos índices de motorização, sem equivalentes investimentos na segurança e nas vias públicas, como vem acontecendo no Brasil.

Atualmente, tais acidentes já representam um custo globa l de US$518 bilhões/ano. Se nada for feito,
a OMS estima que deveremos ter 1,9 milhão de mortes no trânsito em 2020 e 2,4 milhões em 2030.

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